Em 2011, novamente, o rio Atibaia subiu e alagou ruas
O novo período chuvoso já começou no Estado de São Paulo, mas os prejuízos causados pelos temporais do final de 2009 e início de 2010 ainda não foram completamente reparados em algumas das cidades mais atingidas. A cidade de Atibaia, no interior de São Paulo, já registra novos alagamentos no início deste ano. Apesar de as prefeituras, com auxílio dos governos estadual e federal, terem realizado obras, ainda há pessoas vivendo em área de risco.
Cidade a 64 km de capital paulista, a Prefeitura de Atibaia afirmou que não havia mais pessoas vivendo em áreas de risco causadas pelas chuvas de 2010. Porém, a reportagem constatou que ainda tinham duas famílias e duas pessoas solteiras morando em um ginásio da cidade. De acordo com o governo municipal, eles passaram oito meses no local, de janeiro a setembro de 2010.
Ainda no passado, na época da enchente, algumas pessoas tiveram que morar em contêineres. Atualmente, esse grupo foi transferido para um alojamento definitivo, mas que ainda está longe de ser um lar. Quartinhos de madeira grudados uns aos outros foram construídos no Campo Santa Clara. O local tem capacidade para 32 famílias. Outras 183 famílias continuam recebendo auxilio moradia.
No total, segundo a prefeitura, 215 famílias foram retiradas de áreas consideradas de risco. A maior parte delas vivia às beiras do rio Atibaia, que em 2010 e neste ano chegou cerca de 5 m em janeiro, alagando ruas ao que estão ao redor.
Para evitar que a chuva voltasse a causar enchentes na cidade, o governo fez limpezas no rio e em trechos que estavam interrompendo o seu fluxo natural. No total, foram investidos R$ 7 milhões em Atibaia, sendo que parte dessa verba foi liberada pelo Estado e pela União.
Neste ano, o último balanço da prefeitura da cidade, da quinta-feira (6), mostra que há 103 desabrigados e 317 desalojados na cidade pelas chuvas de 2011.
Justiça
A Prefeitura de Atibaia também conseguiu, na Justiça, que a Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental de São Paulo) fosse obrigada a desassorear o rio que dá nome à cidade. A mesma decisão judicial também obriga a companhia a manter as represas do sistema Cantareira, principalmente as de Piracaia e Nazaré Paulista, com o nível de água que permita não ocorrer, mesmo com as chuvas de verão, nenhum tipo de transbordamento.
Capivari
Só em Capivari, a 137 km de São Paulo - que passou pela pior enchente dos últimos 40 anos no final do mês de dezembro de 2009 -ainda há dezenas de famílias morando no morro dos Macacos, no bairro São Luís, uma área perigosa, com risco de deslizamentos em caso de chuva forte.
No auge da tragédia, em janeiro de 2010, a cidade chegou a contabilizar 3.500 pessoas desalojadas e desabrigadas. Parte delas já ganhou uma nova moradia. Segundo o governo do município, foram construídas 323 casas populares no Núcleo Habitacional Santa Teresa d´Avila. Para este local, foram transferidas as famílias que viviam às margens do Córrego Água Chuva e parte dos antigos vizinhos do rio Capivari. Mas ainda falta moradia para as pessoas que estão no morro. A prefeitura diz que já tem o terreno para novas casas, mas ainda busca recursos junto aos governos federal e estadual para levantar novos lares.
A prefeitura diz ainda que investiu na construção de pontes que melhoraram o fluxo das águas dos rios e córregos que cortam a cidade. Só na área rural, de acordo com a administração municipal, foram 17 obras. Também houve recapeamento de ruas destruídas pelas enchentes. Todas as obras totalizam um custo de R$ 33,7 milhões.
Patrimônio
Em São Luís do Paraitinga, a 170 km da capital, as obras para recuperar a cidade característica por seus casarões coloniais não param. Em julho, o diretor municipal de Turismo, Eduardo Coelho, avaliou que seriam necessários ao menos dois anos para reerguer a cidade. Além das obras de contenção do rio Paraitinga, a reforma dos imóveis tombados requer dedicação.
Na última semana de novembro, a primeira missa depois das enchentes foi celebrada no local onde existia a igreja matriz da cidade.
Quanto aos desabrigados, cerca de cem famílias que perderam suas casas foram realojadas em unidades construídas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). De acordo com Coelho, apenas uma família ainda vive em uma pensão da cidade.
fonte de pesquisa: www.R7.com
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário