domingo, 13 de fevereiro de 2011

Militares removem barracas da praça Tahrir, foco de protestos no Egito

Soldados orientam trânsito e pedem que jovens retornem a suas casas.
Gabinete nomeado por Mubarak deve supervisionar transição, diz porta-voz.

 

  Militares estão retirando as últimas barracas de protestantes que acamparam na praça Tahrir, neste domingo (13), num esforço para liberar o trânsito e retornar à vida normal no Cairo após os 18 dias de protesto que culmiram com a renúncia do presidente Hosni Mubarak, na útlima sexta.

  Apesar de algumas discussões entre manifestantes que insistem em permanecer na praça e militares que tiveram suas barracas removidas, o processo se dá em clima de paz.

  Os militares pedem aos manifestantes que retornem ás suas casas. Alguns se recusam a deixar o local.

  "Ainda há muita reinvindicação a ser atendida. Eles não implementaram nada ainda", disse o egípcio Ashraf Ahmed, que disse que permaneceria na praça após os militares removerem sua barraca.


  O tráfego também começa a voltar ao normal pela primeira vez em mais de duas semanas na região central do Cairo, com a ajuda dos militares.

  Gabinete

  O novo gabinete egípcio, nomeado ainda por Mubarak antes de deixar o poder, não deverá sofrer uma grande mudança e vai supervisionar a transição política nos próximos meses, disse um porta-voz neste domingo.

  Autoridades egípcias disseram no sábado que investigam acusações contra ex-ministros do país. As informações são da TV estatal.

  Segundo a emissora, viagens foram proibidas para o ex-premiê Ahmed Nazif e o ex-ministro do interior Habib al-Adli. Os dois foram demitidos por Hosni Mubarak antes de sua renúncia à presidência, na sexta-feira.

  A proibição também foi imposta a Anas el-Fekky, titular do ministério das informações. Ele foi reconduzido ao cargo em um gabinete montado às pressas para satisfazer aos manifestantes.

  Obama

  O presidente Barack Obama elogiou no sábado o compromisso do exército egípcio de transferir o poder a civis, informou a Casa Branca.

  "O presidente pediu hoje a vários dirigentes estrangeiros para continuar com as consultas com seus colegas sobre a questão dos últimos acontecimentos no Egito", disse o comunicado.

  Mais cedo, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que assumiu o comando do país após a renúncia de Mubarak, havia afirmado que respeitará todos os tratados internacionais firmados pelo país, e se disse comprometido em entregar o governo aos civis -embora sem dar um prazo específico para isto.

  Renúncia

  O presidente Hosni Mubarak, de 82 anos, renunciou ao cargo nesta sexta-feira, após um governo de quase 30 anos que era contestado desde 25 de janeiro por grandes manifestações populares.

  O anúncio da renúncia foi feito pelo recém-nomeado vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, em um curto pronunciamento na TV estatal. Mubarak entregou o poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas, que está à frente do processo de transição.

  Os crescentes protestos que derrubaram Mubarak deixaram mais de 300 mortos e 5.000 feridos, inspirados pela queda do presidente da Tunísia, e tiveram impulso na internet, que comemorou a queda do ditador.



Fonte de pesquisa:www.G1.com

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