quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Serra telefonou para reclamar da lei do piso dos professores, diz Haddad


Petista participou de encontro com sindicalistas e apoiadores.
Ele rebateu críticas de Serra à sua gestão na Educação.



O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (17) que o adversário José Serra (PSDB) reclamou, em 2008, da aprovação do piso nacional dos professores e apoiou recursos judiciais de governadores contra a medida. Em agenda em Heliópolis, Serra disse que a afirmação "é mentira".
O comentário de Haddad foi usado para rebater críticas do tucano sobre sua gestão no Ministério da Educação. No horário eleitoral da noite de terça, o programa do PSDB chamou Haddad de "pior ministro da Educação" e o relacionou a greves nas universidades.
Haddad participou nessa tarde de encontro com lideranças sindicais e apoiadores de sua campanha no Sindicato dos Eletricitários, na Liberdade, e, depois, no Sindicato dos Engenheiros, no Centro.  Pela manhã, ele deu entrevista à Rádio CBN.
No encontro com sindicalistas, Haddad negou ter enfrentado greves. “Os professores das universidades ficaram os seis anos da minha gestão sem greve nenhuma. Ele (Serra) tem desinformado a população", disse. Além disso, Haddad afirmou que recebeu um telefonema de Serra reclamando da aprovação do piso nacional do magistério, ocorrida em 2008. Ele citou o caso para ilustrar qual é, segundo ele, a forma de o tucano tratar a categoria.
"Nos bastidores, ele lutou muito contra a aprovação do piso nacional do magistério, chegou a me ligar reclamando da lei que foi aprovada no Congresso Nacional”, disse o candidato. "Ele dizia que a lei interferia na gestão estadual e municipal, que era uma lei federal e eu expliquei a ele:  nós mudamos a Constituição para garantir a dignidade do professor", disse.

A lei do piso foi promulgada pelo governo federal em julho de 2008. A obrigatoriedade do piso foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que o valor se refere a uma remuneração básica, ou seja, não leva em conta acréscimos pagos de formas diversas pelos estados, como gratificações e abonos. A decisão foi tomada em abril de 2011.

Haddad afirmou ainda que Serra mobilizou governadores do PSDB para questionar a lei na Justiça. “[Serra] mobilizou governadores do seu partido para entrar no STF questionando a constitucionalidade da lei federal. Ele fez muita gestão contra o magistério, é que ele sempre usa alguém para fazer aquilo que ele não quer fazer de viva voz. No caso, ele usou a governadora do Rio Grande do Sul”, afirmou.

Ele também respondeu a críticas da campanha do adversário, que diz que o Brasil caiu no ranking da Unesco durante a gestão de Haddad. “É só ler os relatórios internacionais, o relatório do Banco Mundial dá conta que o Brasil foi o que mais avançou em escolaridade no mundo, superando, inclusive, a China, que era a líder”, disse o petista.

Entrevista à Rádio CBN
O candidato concedeu nesta manhã entrevista à rádio CBN. Na terça, Serra participou do programa. Questionado sobre se as condenações no mensalão representariam a “limpeza” na política, o candidato afirmou que, se o "Supremo Tribunal Federal tratar da mesma maneira todos os casos, do DEM, do PSDB, do PT, a democracia sairá fortalecida”.
O jornalista Kennedy Alencar, a exemplo do que fez durante a entrevista com José Serra, questionou Haddad sobre o “kit gay” e o porquê de sua suspensão pela presidente Dilma Rousseff. “A presidente Dilma tomou essa decisão de comum acordo comigo. (...) Nós deveríamos amadurecer o debate antes de fazer chegar o material às escolas”, disse.
O petista criticou Serra por seus comentários sobre o material elaborado pelo Ministério da Educação. “Importar pastor do Rio de Janeiro para gravar ataques pessoais a mim e a minha família é uma coisa indigna, própria do meu adversário”, disse. Perguntado sobre a intenção de implementar o “kit gay” na rede municipal, o petista afirmou que já há material do tipo disponível. "Há materiais tanto na rede municipal quanto na rede estadual de combate à intolerância”.
Questionado sobre eventuais ameaças que receberia ao alterar corredores e linhas de ônibus, Haddad negou que possa ser intimidado. “Se eu tiver que usar o colete à prova de balas que a Marta usou para implantar o Bilhete único eu vou usar. Não vou prejudicar a população porque tem um empresário que ameace direta ou indiretamente”, afirmou.
Ao jornalista Gilberto Dimenstein, Haddad se comprometeu a permanecer na Prefeitura, se eleito, pelos quatro anos de seu mandato e assinou um documento com o compromisso. Um documento semelhante foi assinado por Serra em 2004, porém o mandato não foi concluído porque o tucano deixou a prefeitura para concorrer ao governo do estado.
Fonte: www.g1.com

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