quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Homem que atirou contra três em São Paulo se entrega à polícia


Fernando Gouveia, que tem problemas mentais, reagiu à internação.
Ele atirou contra três pessoas de equipe que buscava cumprir ordem.




O homem que atirou contra três pessoas na manhã desta quinta-feira (18), na região da Aclimação, em São Paulo, se entregou à polícia. A rendição ocorreu por volta das 17h e ele foi levado para o Hospital do Servidor Público Municipal.
Fernando Gouveia tem problemas mentais e reagiu à abordagem de uma equipe que tinha ordem judicial para interná-lo. Ele atirou em uma psicóloga, um oficial da Justiça e um técnico de enfermagem. Ele acabou sofrendo ferimentos leves ao resistir à abordagem.
"Nossa preocupação quando ele se entregou foi tranquilizá-lo, dizer que ele não precisava ficar nervoso. Levamos para a casa ao lado, onde ele deitou na maca e a equipe médica fez os primeiros atendimentos, viram que não tinha nada grave e ele foi algemado", disse o tenente coronel da Polícia Militar Marcelo Pignatari. "Ele ainda está perturbado, dá para ver pelo movimento dos olhos dele", afirmou.

As negociações, que começaram por volta das 8h30, duraram cerca de sete horas. Após a rendição, a polícia realizou uma inspeção dentro da residência na Rua Castro Alves, na região da Aclimação. Foram localizadas duas armas, uma pistola e uma espingarda calibre 12. A origem das armas será investigada.
Segundo o tenente coronel, Gouveia vai responder por tentativa de homicídio triplo e também contra os policiais. O caso será investigado no 6º Distrito Policial.
O diretor de atendimento à saúde do Hospital do Servidor Público Municipal, Antônio Moreno, disse que Gouveia chegou “calmo e tranquilo”. Ele tinha um ferimento no rosto, que foi suturado. O homem não será medicado e, segundo o médico, não há necessidade de realização de exames. Ele deve ser liberado no início da noite e seguir para a delegacia.
Operação
Segundo a PM, por volta das 8h30, Gouveia atirou ao receber uma equipe que buscava cumprir uma ordem para interná-lo em hospital psiquiátrico em Itapira, no interior do estado.
Segundo a Secretaria Muncipal de Saúde, os socorridos foram levados ao Hospital Vergueiro. O estado de saúde do técnico de enfermagem Márcio Teles, de 27 anos, da psicóloga, de 45 anos, e do oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49 anos, era considerado estável.
Os três pacientes estão conscientes. Segundo o cirurgião-geral do Pronto-Socorro, o oficial de Justiça, ferido no tórax, aguarda autorização do convênio para uma transferência para um hospital particular. Ele passou por uma drenagem e reagiu bem. Os outros dois feridos, baleados na face, têm estado de saúde estável.
A PM negociou com o atirador pelo telefone celular da mãe do suspeito e também em conversa direta com ele a partir do imóvel ao lado. O Gate isolou a área e moradores da rua não puderam transitar no trecho.
Segundo o tenente coronel Marcelo Pignatari, as conversas foram interrompidas constantemente porque o atirador desligava o celular. O suspeito lia ao telefone trechos de uma petição judicial para interná-lo e demonstrava revolta, segundo o policial.
Pedido de interdiçãoDe acordo com pessoas ligadas à família do atirador, ele tem 33 anos, não trabalhava e tinha esquizofrenia, constatada em laudo médico. Ele estava hospedado na casa da psicóloga baleada – não há informações sobre a ligação dela com o suspeito.
A família havia entrado recentemente com um pedido de interdição, como medida protetiva para avaliação e internação. Um advogado da família acompanhou a chegada de equipe formada por um oficial de Justiça e três enfermeiros.

Oficial de Justiça
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou nesta quinta-feira (18) que dois secretários do órgão, um da presidência e outro da área de saúde, estão acompanhando pessoalmente a situação do oficial de Justiça baleado nesta manhã. Como o processo pertence à Vara da Família, ele corre sob segredo.

A Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de SP (Aojesp) divulgou nota nesta tarde lamentando o fato de um servidor ter sido baleado em serviço e criticando a falta de segurança durante o trabalho.
O presidente do sindicato dos oficiais de Justiça do estado, Daniel Franco do Amaral, disse que o ferido trabalhava no Fórum Central. Ele afirmou que a insegurança é problema crônico na profissão e que há seis meses uma oficial foi baleada e morreu na capital. “A categoria está assustada”, disse.
Fonte: www.g1.com



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