Partes lançaram declaração conjunta após reunião em Oslo.
Negociação vai prosseguir em Havana, com foco na questão agrária.
As autoridades da Noruega anunciaram nesta quinta-feira (18) que o governo da Colômbia e a guerrilha das Farc constituíram uma mesa de diálogo para tentar atingir a paz e que concordaram em "agir em conjunto" para chegar a um acordo.
O anúncio foi feito em Hurdal, próximo à capital norueguesa, Oslo, na presença de negociadores das duas partes. A próxima reunião, em 15 de novembro, vai tratar das questões agrárias e ocorrerá em Havana, capital de Cuba.
Uma histórica reunião a portas fechadas marcou na véspera o início do processo de paz.
O presidente Juan Manuel Santos espera que, após dez anos de ofensiva militar patrocinada pelos Estados Unidos, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia estejam suficientemente enfraquecidas a ponto de buscarem a paz com mais seriedade do que em três tentativas anteriores.
Santos, ex-ministro da Defesa, anunciou em setembro que os dois lados negociaram em Cuba os termos para uma pauta preliminar, que previa o início das discussões em Oslo e sua posterior transferência para Havana.
Os cinco itens da pauta incluem assuntos delicados, como o narcotráfico, os direitos das vítimas do conflito, a propriedade fundiária, a participação política das Farc e o fim da guerra civil, que já dura quase cinco décadas.
Apesar das negociações, militares e rebeldes mantêm seus ataques, e as Farc recentemente atingiram instalações de energia e mineração. Santos rejeitou uma oferta de cessar-fogo durante o processo de paz.
Além de ser uma vitória pessoal para o presidente, o eventual sucesso das negociações deve aumentar a presença da Colômbia nas carteiras dos investidores, após o país passar anos sendo considerado um dos mais perigosos lugares do mundo para visitar ou fazer negócios.
Em 2002, por exemplo, o investimento estrangeiro direto na Colômbia foi de apenas US$ 2 bilhões, enquanto neste ano deve alcançar os US$ 17 bilhões.
Mas a eventual paz com as Farc não significaria de forma alguma o fim da violência na Colômbia, onde narcotraficantes e outros criminosos comuns - muitos deles oriundos da desmobilização de grupos paramilitares de direita - continuam operando.
Embora a maioria dos colombianos aprove as negociações, pesquisas mostram que mais de metade se oporia a um acordo que permita a participação de líderes das Farc na política, ou que anistie crimes cometidos durante o conflito.
Noruega e Cuba concordaram em atuar como países garantes das negociações, e representantes de Venezuela e Chile estarão presentes como observadores.
Fonte: www.g1.com
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