terça-feira, 11 de outubro de 2011

Acordo prevê troca de soldado de Israel por prisioneiros palestinos


Libertação de Gilad Shalit está próxima, confirma o premiê israelense.
Negociação prevê soltura de mais de mil palestinos, disse líder do Hamas.


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou na noite desta terça-feira (11) que apresentou a seu governo um acordo que permitirá o retorno "em alguns dias" a Israel do soldado israelense Gilad Shalit, detido na Faixa de Gaza pelo movimento islâmico palestino Hamas desde junho de 2006.
Em troca, 1.027 prisioneiros palestinos em poder dos israelenses serão libertados, segundo o líder do Hamas, Khaled Meshaal.
"Apresentei ao governo um acordo que devolverá Gilad Shalit são e salvo a seus pais e a todo o povo de Israel em alguns dias", explicou Netanyahu.

"Este acordo foi concluído na quinta-feira (passada) e assinado definitivamente hoje", indicou.
O primeiro-ministro afirmou que houve "negociações difíceis" e considerou que aproveitou "uma oportunidade" concluindo este acordo.
Imagem do soldado israelense Gilad Shalit divulgada pela TV israelense (Foto: Reuters)Imagem do soldado israelense Gilad Shalit divulgada pela TV israelense (Foto: Reuters)
Ele agradeceu ao Egito por seus esforços de mediação no caso.

O acordo deve ser ainda aprovado em uma votação do governo israelense que se reuniu em sessão urgente nesta terça-feira à noite.

Além de Netanyahu e de seu ministro da Defesa, Ehud Barak, o chefe do Estado-Maior, Benny Gantz, o líder do Shin Beth, Yoram Cohen, e o chefe do Mossad, Tamir Pardo, são todos favoráveis ao acordo com o Hamas, informou a televisão pública israelense.
"Estamos em processo de conclusão de ajustes técnicos para fechar o acordo dentro de alguns dias", disse o porta-voz do Hamas Abu Ubeida, segundo a agência de notícias Reuters.
Mil palestinos
Khaled Meshaal, líder do Hamas, afirmou que o acordo prevê a troca de 1027 prisioneiros palestinos por Shalit.
Em pronunciamento na TV, ele disse que o acordo é uma "conquista nacional" para os palestinos.
Segundo ele, 450 prisioneiros serão soltos dentro de uma semana, e os demais em um prazo de dois meses.
Ainda de acordo com Meshaal, todas as 27 mulheres palestinas presas vão ser soltas.
Parentes do preso palestino Mohammed Abu Ataya mostram fotos dele nesta terça-feira (11) na Cidade de Gaza (Foto: Reuters)Parentes do preso palestino Mohammed Abu Ataya mostram fotos dele nesta terça-feira (11) na Cidade de Gaza (Foto: Reuters)
Líder da Segunda Intifada
Um dos líderes da Segunda Intifada, Marwane Barghuthi, está entre os prisioneiros que vão ser soltos, disse a France Presse um alto funcionário palestino em Ramallah, na Cisjordânia.

Preso em abril de 2002 pelo Exército israelense em Ramallah e condenado em junho de 2004 a cinco penas de prisão perpétua por um tribunal israelense, por envolvimento direto em quatro atentados contra Israel que mataram cinco pessoas, Barghuthi é frequentemente apresentado como um possível sucessor do presidente palestino, Mahmud Abbas.
A esposa de Barghouti disse à Reuters na Cisjordânia que ela estava ansiosamente esperando a informação de que ele seria incluído na troca de prisioneiros.
O secretário-geral da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), Ahmad Saadat, condenado a trinta anos de prisão, também deve ser ser libertado em virtude deste acordo concluído nesta terça-feira, acrescentou a autoridade, que pediu para não ser identificada.

Saadat, condenado em 2008 a 30 anos de prisão, está detido em isolamento há quatro anos.

Centenas de palestinos detidos por Israel --de um total de mais de 6.000-- realizam desde 27 de setembro uma greve de fome para protestar contra o isolamento carcerário, imposto aos detentos do FPLP.
Volta das negociações
O acordo é divulgado em um momento em que o Quarteto para o Oriente Médio tenta retomar as negociações diretas entre israelenses e palestinos, após a Autoridade Palestina ter pedido à ONU o reconhecimento formal de seu Estado.
EUA e Israel são contra o reconhecimento do Estado palestino agora e querem mais negociações.
As conversas diretas estão paradas há mais de um ano.
Em viagem pela América Latina, o presidente palestino Abbas saudou o acordo.

"O presidente Abbas saúda calorosamente a conclusão de um acordo de troca (de prisioneiros) que é um êxito nacional palestino", disse à France Presseo negociador Saeb Erakat por telefone de Caracas, onde acompanha o líder palestino.
Causa célebre
A troca de prisioneiros era uma das questões mais delicadas entre as que ainda impedem a paz entre Israel e palestinos.
A campanha da família de Gilad Shalit o transformou em causa célebre em Israel, e a libertação dele era um teste para o governo de Netanyahu.
Os palestinos há tempos clamam pela libertação de centenas de pessoas que eles consideram prisioneiros políticos.

Uma rede de televisão israelense citou Netanyahu contando para os pais de Shalit que, desde que ele assumiu o governo, "estava esperando pela chance de fazer esta ligação" e informá-los do acordo.

Shalit foi capturado por militantes quando tinha 19 anos, em um incidente de fronteira. Ele havia iniciado seu período de três anos no serviço militar quase um ano antes.
Fonte de pesquisa: G1.com




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