terça-feira, 16 de outubro de 2012

Queijo branco é um dos líderes de concentração de sódio, aponta Anvisa


Estudo com 500 amostras de 26 alimentos foi feito em 14 estados e no DF.
Queijo parmesão, macarrão e biscoito de polvilho também são destaque.



Um estudo divulgado nesta terça-feira (16) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revela que o brasileiro está consumindo muito mais sódio que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 2 gramas por dia.
No topo do ranking, aparecem "vilões" aparentemente inocentes, como o queijo minas frescal, com uma concentração média de 505 mg de sódio por porção de 100 gramas – um quarto do total indicado.
A pesquisa foi feita em 14 estados, mais o Distrito Federal, com base em quase 500 amostras de 26 categorias de alimentos coletados entre 2010 e 2011.
Queijo parmesão, mortadela, macarrão instantâneo e biscoito de polvilho também estão no alto da lista. Um pacote de biscoito de polvilho de 100 g, por exemplo, tem em média mais da metade (1,09 g) de toda a quantidade de sódio que uma pessoa deve ingerir em um dia inteiro.
Outro produto destacado pela agência como perigoso se consumido em excesso é o hambúrguer bovino, com uma média de 701 mg de sódio em 100 g.
A alta concentração de sódio no organismo é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares – como infarto e derrame cerebral –, hipertensão, obesidade, diabetes, problemas renais e tumores. O sódio representa cerca de 40% da composição do sal, ou seja, 2 g de sódio indicados por dia equivalem a 5 g de sal.
Segundo dados da OMS, em 2001, 60% das 56,5 milhões de mortes notificadas no mundo foram resultado de doenças crônicas não transmissíveis, como as citadas acima. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do país consome, em média, 12 gramas de sal por dia.
QUANTIDADE DE SÓDIO NOS ALIMENTOS (MG/100G)
AlimentoMédiaMaior valorMenor valorDiferença (vezes)
Queijo minas frescal5051.81912614,4
Queijo minas padrão5466732902,3
Queijo parmesão1.4023.05222313,7
Queijo parmesão ralado1.9812.9761.1002,7
Macarrão instantâneo1.7982.1601.4351,5
Biscoito de polvilho1.0921.3984273,3
Mortadela1.3031.4801.0631,4
Mortadela de frango1.2321.5209431,6
Maionese1.0961.5046832,2
Salgadinho de milho7791.3953953,5
Biscoito água e sal7411.2725722,2
Biscoito cream cracker7351.1304372,6
Hambúrguer bovino7011.1201348,4
Batata frita ondulada6248324471,9
Pão de queijo congelado5827823672,1
Pão de queijo5588301057,9
Queijo muçarela5771.0683093,5
Queijo prato5719863263
Batata palha4727192502,9
Biscoito de amido de milho3694772402
Biscoito recheado2886501305
Ricota fresca1914324110,5
Farinha láctea106170208,5
Queijo petit suisse4562381,6
Refrigerante de guaraná de baixa caloria121772,4
Bebida láctea92,7114,7731,6
Variação de sódio
A Anvisa também observou se as diferentes marcas dos produtos apresentavam uma variação significativa no teor de sódio. Nesse ponto, os queijos minas frescal, parmesão, ricota e pão de queijo lideraram a lista.
No caso do queijo branco, a quantidade de sódio chegou a variar 14,4 vezes de uma marca para a outra. No parmesão, foram 13,7 vezes; na ricota, 10,5; e no pão de queijo, quase 8.
Por isso, a agência reforça a importância de o consumidor verificar sempre o rótulo com as informações nutricionais dos alimentos antes de comprá-los. Também é importante fazer uma comparação entre as marcas disponíveis, para escolher a mais saudável.
Além disso, a Anvisa recomenda que as pessoas experimentem o que vão comer antes de pôr mais sal. Outras dicas são diminuir gradativamente a quantidade adicionada ao alimento, para acostumar o paladar, consumir mais comidas frescas e trocar o sal por temperos naturais, como alho, cebola, salsinha, limão e azeite.
Metas de redução 
Em agosto, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) assinaram um acordo para reduzir o sódio nos alimentos industrializados no país. Temperos, caldos, cereais matinais e margarinas devem ser alterados aos poucos, até chegar à meta estabelecida em 2015. Em abril do ano passado, foi assinado outro acordo, que incluiu itens como o macarrão instantâneo.
Esse foi um dos produtos analisados pela Anvisa desta vez, e a concentração média encontrada foi de 1,79 g para cada 100 g. O valor está dentro do pactuado, que prevê um valor máximo de 1,92 g por 100 g – incluindo o sódio do macarrão e do pacotinho de tempero.
Apesar disso, a agência também encontrou problemas: uma amostra avaliada tinha 2,16 g de sódio em 100 g, quantidade superior ao que ficou acertado no ano passado.
Fonte: www.g1.com

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