Menino de 2 anos aprende a encantar cobras na Índia

Depois de ensinar aos filhos o encantamento de cobras, Budh Nath, de 65 anos, já está treinando os netos. Mesmo sabendo que pode ser preso, já que essa tradição é combatida pelas rígidas leis de proteção aos animais da Índia.

O pequeno Sumit, de 2 anos, já brinca sem medo com as cobras. Ele é encorajado pela família a manusear os animais, mortais, e envolvê-los em torno do pescoço. Karan, de 6 anos, e Tanu, de 9, também seguem os passos do avô e do pai, Mukesh Nath, de 32 anos. A ideia é dar continuidade à antiga tradição.

A família de encantadores tinha um bom rendimento, e eram encantadores de cobras bastante respeitados na cidade de Faridabad, onde vivem. Até que a lei de Proteção Animal foi implementada em 1990. Desde então, a situação financeira da família só piora.

- Antes levávamos uma vida bem decente. Podíamos dar uma boa educação aos nossos filhos e casar as nossas filhas. Agora é muito difícil - lamentou Budh.

A lei indiana proíbe que animais selvagens sejam utilizados comercialmente, em performances ou espetáculos, ou que sejam transformados em bichinhos de estimação. Mas grande parte das pessoas da comunidade onde vive Budh, não tem outra fonte de renda, senão encantar cobras.

- Eu eduquei todos os meus filhos e todos os meus netos vão à escola, mas eu sempre os ensinarei nossa tradição antiga, para que não se esqueçam do nosso patrimônio - garante o indiano.

Por causa das leis, os encantadores de cobra, antes símbolos da cultura indiana, estão desaparecendo. Pessoas que possuem os répteis podem ser punidas severamente, incluindo sete anos de prisão.

- Nós costumávamos viajar de vilarejo em vilarejo, para fazer nosso show, mas agora se a polícia nos vê em plena performance, nos levam para a cadeira - lrelembrou Budh.

 O indiano admite que ainda faz apresentações particulares, mas só para as pessoas que eles conhecem. Afinal, nunca se sabe quando a polícia pode aparecer e levar as cobras embora.

O neto de Budh, Karan, de 6 anos, não liga muito para os atuais perigos da tradição. Não é raro ele escapar do dever de casa, para praticar o encantamento de cobras.

- Eu amo trabalhar com as cobras - disse o menino - Quando eu crescer, quero ser um encantador de cobra como o meu avô.

Fonte de pesquisa: globonews.com