terça-feira, 11 de outubro de 2011

Medida foi tomada após reunião da Justiça com Prefeitura, Cetesb e MP.

Moradores do conjunto habitacional da Zona Norte comemoram a decisão.

Raphael Prado e Marcelo MoraDo G1 SP
A decisão de remover as famílias do conjunto habitacional Cingapura, da Zona Norte de São Paulo, foi suspensa na tarde desta terça-feira (11) após reunião do juiz Valentino Aparecido de Andrade, da 10ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, com representantes da Prefeitura, do Ministério Público, da Cestesb e da associação de moradores. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal da Habitação e pela Promotoria.
O magistrado havia determinado na sexta a saída imediata dos quase 3 mil moradores devido a um eventual risco de explosão pela presença de gás metano no terreno. Os moradores do conjunto habitacional comemoraram a decisão.
Na nova sentença, o juiz, que levou em conta "novas medições da Cetesb que não indicaram mais a presença de gás metano em qualquer área confinada do conjunto habitacional", disse que o próprio MP fez uma revisão de sua solicitação.
"Suspendo a ordem de interdição do conjunto habitacional e de remoção de seus moradores e ocupantes, mantida a liminar quanto às demais providências ali determinadas", afirmou o juiz, referindo-se à instalação dos drenos.
Participam da reunião o advogado da associação de moradores, Ricardo da Cunha, o diretor da Cetesb, Geraldo do Amaral Filho, o procurador do município, Celso Coccaro, a secretária-adjunta da Habitação, Elizabete França, e a promotora estadual de meio ambiente, Cláudia Fedelli.
A Secretaria Municipal da Habitação de São Paulo iniciou nesta terça a instalação dos drenos para a retirada de gás metano concentrado no solo do conjunto habitacional. No total, serão instalados 20 equipamentos. A previsão é que seja instalado um dreno por dia. As obras estão sendo feitas por uma empresa contratada pela Prefeitura. O contrato foi feito em regime emergencial nesta segunda-feira (10).
Cada dreno tem 80 centímetros de diâmetro e comprimento que varia entre dois e seis metros – depende do local onde ele será instalado. Os drenos serão posicionados um metro abaixo do lençol freático. No terreno, a profundidade do lençol freático varia entre um a cinco metros.
Mapa Cingapura (Foto: Arte/G1)
Além da instalação dos drenos, também serão criadas duas redes que interligarão, cada uma, dez deles a um exaustor. Os dois exaustores que serão responsáveis pela retirada do gás ficarão instalados em um contêiner, que será posicionado na região. A previsão, segundo a Secretaria Municipal de Habitação, é de que todo o trabalho fique pronto e esteja operando em 20 dias.
O conjunto de moradias populares foi construído no terreno de um antigo lixão. O Shopping Center Norte, na mesma região, ficou interditado por dois dias na semana passada devido ao mesmo problema.
De acordo com os relatórios da Cetesb, não foi verificada a concentração de gás metano na creche do conjunto habitacional. A secretaria diz ainda que a presença do gás foi verificada apenas na área externa do prédio.
Protesto
Cerca de 200 moradores do Cingapura protestaram contra a desocupação dos prédios do conjunto habitacional no fim da tarde da segunda-feira (10), segundo a Polícia Militar.
Um abaixo-assinado foi feito neste fim de semana para pedir que as famílias continuassem nos apartamentos durante a instalação dos dutos para a drenagem do gás.


Fonte de pesquisa: G1.com

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