Em meio aos protestos no Egito que pedem o fim do regime de Hosni Mubarak, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (30) que apoia uma transição de poder pacifica no país.
Aliado histórico do Egito, os Estados Unidos vinha sendo criticados por não adotarem uma postura mais firme diante da crise.
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Segundo nota divulgada pela Casa Branca, Obama telefonou ao primeiro ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, de Israel, Binyamin Netanyahu, ao rei Abdullah, da Arábia Saudita, e ao primeiro--ministro David Cameron, do Reino Unido.
Obama pediu moderação ao regime de Mubarak e apelou para que os direitos de reunião e liberdade de expressão sejam respeitados. Segundo a nota, os EUA apoiam "uma transição ordeira para um governo que responda às aspirações do povo egípcio". Nos cinco dias de protestos, mais de cem pessoas morreram no país.
Neste sábado, Obama reuniu-se com conselheiros de segurança para discutir a crise no Egito e renovou seu pedido para que o governo do Cairo realize reformas e mostre cautela em relação aos protestos.
Líder da oposição egípcia pediu manifestação de Obama
Um dos líderes da oposição egípcia, o Prêmio Nobel da Paz Mohammed ElBaradei cobrou de Obama uma postura mais firme ante à crise, em entrevista à rede CBS.
- É melhor o presidente [Barak] Obama não mostrar que ele será o último a dizer ao presidente Mubarak: “Chegou a hora de sair”.
ElBaradei desafiou o toque de recolher imposto por Mubarak e se juntou à multidão que se concentrava no centro do Cairo, neste domingo, onde discursou, pedindo o fim do regime.
- Nós temos uma demanda chave, que é o fim do regime e o começo de uma nova era. O que nós começamos não dá para voltar atrás.
Mais cedo, o diplomata disse à rede de TV CNN que se Mubarak “quer salvar sua pele, se ele tem o mínimo de patriotismo”, ele o “aconselha a sair hoje do país e salvar o Egito”.
- O próximo passo, como todos concordam, é um período de transição e um governo de salvação nacional, de unidade nacional, que prepare o terreno para uma nova Constituição e eleições livres e justas.
ElBaradei, que voltou ao Egito nesta semana, se tornou o principal líder da oposição egípcia, dividida entre a classe média pró-Ocidente e a Irmandade Muçulmana, partido radical islâmico posto na clandestinidade por Mubarak. Os dois grupos tem se juntado nas ruas, nas manifestações contra o regime.
Regime amplia toque de recolher
As autoridades egípcias ampliaram neste domingo o toque de recolher no país, que nos próximos dias irá oficialmente vigorar das 15h até às 8h. Nos últimos dias, manifestantes tem ignorado as ordens do governo, prosseguindo com os protestos.
As autoridades egípcias também ordenaram que a polícia antimotins volte a atuar em todo o país, depois de dois dias nos quais esteve virtualmente ausente.
Onda de protestos pede fim do regime
Inspirado na chamada Revolução de Jasmim, que derrubou o governo da Tunísia na última semana, os egípcios estão há seis dias nas ruas, pedindo a saída de Mubarak do poder. Mais de cem pessoas morreram, vítimas da repressão do regime.
Mubarak governa o país há 30 anos. Acuado pelos protestos, ele nomeou neste sábado, pela primeira vez desde 1981, um vice-presidente, Omar Suleiman – um aliado antigo e chefe do serviço de inteligência do regime. Também indicou um novo primeiro-ministro, Ahmed Shafiq.
A oposição a Mubarak é dividida em dois grandes grupos. Um pró-Ocidente, formado pela classe média, e agora liderado por ElBaradei. E a Irmandade Muçulmana, partido fundamentalista colocado na clandestinidade – temido por Israel e pelos Estados Unidos.
O Egito é um aliado vital do Ocidente na região. Os governos da Europa e dos EUA têm sido cautelosos em criticar Mubarak, já que o fim do regime pode trazer mais instabilidade à já inflamada região do norte da África e ao Oriente Médio.
fonte de pesquisa: www.R7.com
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