Manifestantes pedem a saída do presidente Hosni Mubarak.
País está sem acesso a Internet, e celulares estão mudos, dizem relatos.
Manifestantes antigoverno voltaram a entrar em confronto com a polícia nesta sexta-feira (28) no centro do Cairo, capital do Egito, no quarto dia de protestos.
Políciais usaram gás contra manifestantes, segundo testemunhas. Atos também ocorreram em outras cidades egípcias, como Suez. Há relato de mais prisões.
Os milhares de manifestantes pedem a renúncia do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder.
O opositor Mohamed ElBaradei, que recém retornou ao país, participou de uma oração com 2.000 pessoas numa mesquita de Guiza, na capital, e depois se uniu aos protestos.
A polícia cercou o local. A rede de TV Al Jazeera chegou a relatar que ele havia sido preso, mas depois desmentiu. Segundo a TV, ele teria sido apenas impedido de deixar o local.
Internet e celulares
A internet e o sinal de telefones celulares seguiam fora do ar no país, segundo vários relatos. O governo negou intervenção.
Usuários e hotéis em vários pontos do país informavam que o acesso à web estava interrompido.
Um dos maiores provedores da rede no país, o Seabone, baseado na Itália, informou mais cedo que não havia transmissão de dados para dentro ou fora do Egito desde 0h30 no horário local (20h30 de Brasília), segundo a Associated Press.
Repórteres de diversos meios de comunicação do país e blogueiros também relatam sobre o corte no serviço.
As redes sociais têm sido um dos principais meios usados pelos manifestantes para convocar os protestos.
A informação também tem se espalhado pela rede por meio de sites dedicados ao mundo árabe ao redor do mundo. O blog “The Arabist”, citado pelo americano "Huffington Post", afirma que diversos servidores teriam sido afetados.
“Acabei de receber uma ligação de um amigo no Cairo (do qual não posso citar o nome porque é um importante ativista) me dizendo que nenhum dos seus serviços de internet está funcionando. Chequei com outros dois amigos em diferentes partes da cidades, que confirmaram que a rede não está funcionando”, relata o autor.
O relato também é confirmado por outro blog, “Mondoweiss”. Ambos os relatos dizem que a internet foi cortada minutos depois de a agência de notícias Associated Press ter publicado um vídeo de um manifestante sendo baleado durante os protestos no Sinai.
Pelo Twitter, repórteres que estão no país também relataram a interrupção na rede. “Sem internet, sem SMS, qual será o próximo? Celulares e telefones fixos? É demais para a estabilidade”, postou o reporter da rede CNN, Ben Wedeman.
O também americano “Los Angeles Times” também relata que o serviço de internet via BlackBerry foi cortado no Egito.
Também havia relatos de que os telefones celulares estavam mudos.
Jornalistas presos
Quatro jornalistas franceses foram detidos no Cairo, segundo o porta-voz do ministério francês das Relações Exteriores, Bernard Valero.
"A chanceler francesa, Michèle Alliot-Marie, pediu a nossa embaixada que entre imeditamente em contato com as autoridades egípcias e, se esta informação for confirmada, que peça sua imediata libertação", afirmou.
Segundo uma fonte diplomática, eles trabalham para o "Journal du Dimanche" e o "Le Figaro", a agência de foto "Sipa" e a revista "Paris-Match".
Em sinal de que o desafio a governos autoritários está se espalhando pela África e o Oriente Médio, policiais também entraram em confronto com manifestantes no Iêmen e no Gabão.
EUA
A exemplo dos tunisianos, os egípcios se queixam do desemprego, da corrupção e do autoritarismo. Um funcionário do governo norte-americano disse que os protestos são 'uma grande oportunidade' para que Mubarak, um dos principais aliados dos EUA na região, promova reformas políticas.
O presidente Barack Obama afirmou em entrevista divulgada no site de vídeos YouTube nesta quinta-feira que a violência não é uma solução para o Egito, fazendo um apelo a governo e manifestantes à contenção.
Obama reiterou o pedido das autoridades americanas a que os manifestantes possam se exprimir livremente.
"O Egito é um dos nossos aliados sobre numerosas questões de importância", disse o presidente, lembrando que falou numerosas vezes com Hosni Moubarak sobre a importância extrema de realizar reformas no governo.
fonte de pesquisa: www.G1,com
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