Ministério do interior confirmou a morte de dois manifestantes em Suez.
Policial foi atingido por pedrada em praça central no Cairo.
Emissora estatal do Egito divulgou a morte de um policial na praça Tahrir, localizada no centro da capital Cairo.
Além do policial morto, identificado como Ahmed Abdelaziz, fontes de um hospital localizado na cidade de Suez afirmam que o corpo de dois manifestantes chegaram sem vida ao local.Uma autoridade que integra o governo egípcio disse, sob condição de anonimato, que o policial Abdelaziz foi atingido na cabeça por uma pedra, e morreu no hospital, enquanto era atendido. Ele confirmou, ainda, a morte dos dois manifestantes.
O Ministério do Interior confirmou, pouco tempo depois, a morte dos dois manifestantes
Relatos de Suez indicam que mais de 60 civis estão sofrendo com os efeitos do gás lacrimogêneo e de balas de borracha disparadas pelas forças de segurança no local.
O levante popular tunisiano inspirou milhares de egípcios, que saíram para protestar nas ruas do Cairo e de outras cidades do país para exigir a demissão do presidente Hosni Mubarak, no poder há trinta anos.
'Fora Mubarak!' e 'A Tunísia é a solução!' gritaram os manifestantes tanto no Cairo quanto em Alexandria (norte), segunda cidade do país, diante de uma maciça presença policial.
No Cairo, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo contra 15 mil manifestantes que protestavam no centro da capital, constatou um jornalista da AFP.
Os manifestantes, que levavam bandeiras egípcias e lançaram palavras de ordem a favor de reformas políticas e sociais, se reuniram na grande praça Tahrir, perto de vários edifícios oficiais, diante de um importante dispositivo policial.
A manifestação retrocedeu um pouco, mas não se dispersou. A polícia levou algumas pedradas.
Um pouco mais longe, nos arredores do Parlamento, a polícia usou jatos d'água para dispersar os manifestantes.
'Há cerca de 15 mil pessoas nas manifestações do Cairo', disse à AFP um membro dos serviços de segurança que pediu para ter sua identidade preservada.
'A barreira do medo caiu, acabou. Estou aqui para tentar fazer com que Hosni Mubarak caia. É um ditador como (Francisco) Franco na Espanha', disse um manifestante que se identificou como Halil.
'Estou muito, muito contente. Nunca tinha vivido algo assim, tomara que haja mudanças, tomara que Hosni Mubarak caia', declarou à Agência Efe outro manifestante, Mustafa.
Também foram registradas manifestações semelhantes em províncias, particularmente em Alexandria, em várias cidades do delta do Nilo, em Ismailiya (Canal de Suez) ou ao norte do Sinai, segundo testemunhas e correspondentes da AFP.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem a favor de reformas econômicas e políticas diretamente inspiradas da revolta tunisiana que tirou do poder o presidente Ben Ali.
Segundo os serviços de segurança, entre 20.000 e 30.000 policiais foram mobilizados no Cairo para dar segurança a estas manifestações.
O ministro do Interior, Habib al Adli, disse que 'as forças de ordem são capazes de enfrentar qualquer ameaça contra a segurança da população e não seremos indulgentes com nenhum ataque contra bens, nem infração contra a lei'.
Em Ismailiya, mais de mil pessoas se reuniram para dizer 'Depois de Ben Ali, é a vez de quem?'.
'Pão, paz, dignidade', exclamaram alguns, repetindo as palavras de ordem dos manifestantes tunisianos.
No Cairo, uma mãe de três filhos que levava uma bandeira egípcia, gritava: 'Mubarak, vai embora já, você é injusto, nos mantém famintos, nas tuas delegacias se pratica a tortura, você é um agente dos Estados Unidos'.
Justamente a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse esta terça-feira que os Estados Unidos têm a impressão de que 'o governo egípcio é estável', apesar dos protestos que pedem a saída de Mubarak.
Em vários lugares, as forças de polícia, que normalmente reprimem com brutalidade este tipo de manifestações, deram a impressão de se mostrar moderadas.
'Não queremos fazer mal, é o nosso povo', disse um oficial de polícia.
Estas manifestações foram uma resposta à convocação de um grupo que milita pela democracia, o 'Movimento de 6 de abril', e de outras organizações próximas, que convocaram manifestações na rua para fazer desta terça-feira 'um dia de rebelião contra a tortura, a pobreza, a corrupção e o desemprego'.
Esta iniciativa coincidiu com 'o dia da polícia', um dia de feriado para homenagear as forças de ordem do país.
A ideia da mobilização abriu caminho, sobretudo entre os jovens, graças à internet. Na rede social Facebook, mais de 90 mil pessoas declararam estar dispostas a sair às ruas para se manifestar.
A Irmandade Muçulmana, que tem grande capacidade de mobilização, e o Wafd, primeiro partido de oposição laica, não se associaram oficialmente ao dia de protesto, mas deixaram em liberdade aos seus jovens militantes para que participassem.
No Egito, que tem 80 milhões de habitantes, mais de 40% da população vive com menos de dois dólares diários por pessoa.
* Com informações da Reuters, France Presse e Agência EFE.
fonte de pesquisa: www.G1.com
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