A desigualdade na distribuição de renda no Brasil continuou a cair em 2009, mas em ritmo mais lento que nos anos anteriores, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta terça-feira (5). De acordo com o documento, o ritmo observado entre 2008 e 2009 foi menor que o registrado no período de 2005 a 2008.
Para o Ipea, no entanto, essa redução não indica uma tendência - ou seja, não é um sinal de que a desigualdade vá persistir nos atuais níveis. O que provocou essa redução foram os efeitos da crise econômica global, que afetou também o Brasil entre 2008 e 2009.
- A redução do ritmo foi resultado apenas de um mercado de trabalho negativamente, mas temporariamente, afetado pela crise financeira. As medidas de combate aos efeitos da crise, como o aumento do salário mínimo, parecem ter mitigado os efeitos negativos do mercado de trabalho.
O Ipea destaca três momentos na redução da desigualdade entre 1995 e 2009: no primeiro (de 1995 a 2001), há uma estabilidade, sem mudanças na distribuição nem na renda média; no segundo (de 2001 a 2005), fica clara uma tendência de queda da desigualdade, embora sem mudança expressiva na renda média; e no terceiro (de 2005 a 2009), o Brasil, diz o Ipea, passa a ter “grandes aumentos de renda”, paralelamente a uma queda sustentada da desigualdade.
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Linha de Pobreza
Segundo o Ipea, a proporção da população brasileira vivendo abaixo da linha de pobreza está em “queda forte” desde 2003. O Ipea divide a pobreza no país em três faixas: meio salário mínimo de 2009 – ou R$ 232,50; linha de pobreza quando da criação do programa Bolsa Família (R$ 100 em 2004); e a linha de pobreza extrema também à época da criação do Bolsa Família (R$ 50 em 2004).
Considerando a linha de meio salário mínimo de 2009, a pobreza caiu 64% em relação a 1995; já considerando a linha de R$ 50, a pobreza caiu 44% em relação a 1995.
Emprego
No mês passado, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que o país deve criar mais de três milhões de empregos com carteira assinada em 2011 e atingirá a marca de 10 milhões de novas vagas ao longo do próximo governo. Ele destacou, no entanto, que o grande desafio do Brasil será suprir a falta de trabalhadores.
Segundo Lupi, os problemas não se limitam mais apenas à mão de obra qualificada, já atingindo, por exemplo, funções mais simples da construção civil. Para lidar com o problema, diz ele, é necessário a criação de uma "cultura da qualificação", principalmente para vagas menos especializadas, esforço que deve ser liderado pelo setor privado.
O Brasil gerou 8,6 milhões de empregos formais desde 2007, marca recorde alavancada por um ciclo de forte crescimento econômico. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por sua vez, informou que o desemprego no país em agosto ficou em 6,7%, o menor nível desde março de 2002, quando teve início a pesquisa. A população desocupada (1,6 milhão de pessoas) ficou estável na comparação mensal, mas caiu 15,3% em relação a agosto de 2009.
A população ocupada (22,1 milhões), que são os brasileiros que possuem algum tipo de trabalho, se manteve estável na comparação mensal e cresceu 3,2% (691 mil postos a mais) no ano. O número de trabalhadores com carteira assinada (10,2 milhões) ficou estável no mês e cresceu 7,2% (ou em 685 mil) no ano.
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